domingo, 25 de abril de 2010

Cores do mar


Não me assombra o branco perene

Que se arremessa em ondas bravias.


Me causa temor o vermelho

Sangue das manchas marinhas

Sintomático do descompasso do mundo.


A mim me apraz o azul

Do verde oceano

Tobogã de embarcações

Náufragas.

sábado, 24 de abril de 2010

Banner do seminário "Lei do Livro" promovido pela UBERN
Participei, na última quinta-feira, de mais um evento organizado pela União Brasileira dos Escritores do Rio Grande do Norte – UBERN. Tratava-se, na ocasião, de uma comemoração antecipada ao dia mundial do livro e do autor, que se comemora no dia 23 de abril, além de um seminário acerca da Lei do Livro, a Lei estadual Henrique Castriciano, nº 9.105, de 09 de junho de 2008.


Essa Lei, que ajudamos pessoalmente a criar quando estávamos à frente daquela entidade de escritores (hoje, tão bem comandada por meu colega e amigo Eduardo Gosson), dispõe sobre uma específica política estadual do livro e da leitura no Rio Grande do Norte, além de outras providências correlatas. Algo essencial à cultura de nosso Estado e que tem sido cumprida em outros lugares, como no Rio Grande do Sul. E foi dela, novamente, que nos dispusemos a tratar no debate travado no auditório da querida Aliança Francesa de Natal.


O público qualificado, apesar de reduzido – como muitas vezes acontece quando se trata de se discutir seriamente questões relativas à nossa cultura –, prestigiou o evento com indagações pertinentes e algumas boas provocações. Presidindo a mesa, Eduardo Gosson iniciou a conversação da qual fiz parte, juntamente com uma ilustre professora representante da Secretaria de Educação, além de Chico Alves (o editor mais antigo em atividade no Estado) e a Senhora Rosemary Guillén, representando uma das maiores livrarias do Rio Grande do Norte. O Deputado Fernando Mineiro (um dos principais realizadores da lei) também havia sido convidado, porém, algum motivo de ordem superior evitou a sua presença esperada por todos.


Tive a oportunidade de iniciar o debate e estabeleci, de logo, uma pequena retrospectiva acerca da história dessa lei, tão desejada por nós, escritores, e, certamente, essencial ao conjunto de leitores e potenciais leitores de nossa terra. Ao tempo em que concluí o retrospecto, mostrando o quanto foi árdua essa tarefa da elaboração e da criação da lei, mostrei que a mesma ainda não tinha sido posta em prática, efetivada pelos poderes públicos. De fato, tem-se que lembrar que a Governadora à época não sancionou a lei, que teve de ser promulgada e publicada pela nossa Assembleia Legislativa. Ou seja, de cara a governante que recentemente deixou o cargo demonstrou que a cultura não era prioridade de sua administração.


E depois, os exemplos (ou maus exemplos) da inexecução da Lei Henrique Castriciano e o desprezo pela cultura vieram em massa. Bibliotecas vilipendiadas, esquecidas, maltratadas. Patrimônios públicos de natureza cultural, idem, além da ausência de incentivos aos escritores, publicações em número próximo a zero e um orçamento (definido em R$ 500.000,00 – quinhentos mil reais) não utilizado a contento para o cumprimento dos dispositivos da Lei, que se propunha “incrementar a produção editorial estadual”, “estimular a produção dos autores naturais do Estado”, “preservar o patrimônio literário, bibliográfico e documental do Estado”, “proteger os direitos intelectuais e patrimoniais dos autores e editores”, “oferecer condições necessárias para que o mercado editorial do Estado possa competir no cenário nacional e internacional”, dentre outras inúmeras tratativas do assunto relativo ao livro e à leitura no Rio Grande do Norte.


Todos foram quase uníssonos em reconhecer que, do ponto de vista dos poderes públicos (já que a iniciativa privada cumpriu bem o seu papel, com boas e novas editoras e com os escritores formando um pequeno exército na defesa de seus produtos), não houve avanços quanto à nova legislação. A representante da Secretaria de Educação, Professora Lúcia, ensaiou a demonstração de inúmeros projetos da Pasta, mas pude verificar, da conversa mais ampla, que algumas das medidas a serem implementadas nesse campo não vêm sendo tratadas da melhor forma pela outra pasta, a da Cultura, leia-se: Fundação José Augusto.


Apesar de tudo, fiquei contente com as exposições de Chico Alves, que demonstrou um razoável crescimento no mercado do livro no Brasil e mostrou o belíssimo trabalho da Editora da UFRN, ao tempo em que propugnou pela criação do Instituto do Livro do RN e de nosso do fórum do livro, e de Rosemary Guillén, que foi responsável em sua livraria, no ano de 2009, por nada mais, nada menos que 138 lançamentos de livros de autores potiguares. A grande curiosidade que merece reflexão: Rose afirmou que, desse número, 80,9% (oitenta vírgula nove por cento) foram de autores e editores independentes. Ou seja...
* Extraído do blog "O Teorema da Feira", de Lívio Oliveira.

terça-feira, 20 de abril de 2010

O Casamento de Dona Baratinha volta ao TAM no próximo domingo

Dona Baratinha aguarda seu Ratinho
"O Casamento de Dona Baratinha" é domingo no TAM

A peça infantil “O Casamento de Dona Baratinha” voltará ao palco do Teatro Alberto Maranhão, no próximo domingo, às 17 horas, para fazer a alegria da criançada. Adaptada por Jesiel Figueiredo, a peça conta a história da Baratinha que sonha em arrumar um marido.


“O Casamento de Dona Baratinha” é uma peça sob forma de musical, que objetiva, além da diversão, transmitir para a criança uma mensagem de perseverança na busca constante de suas realizações.


Dona Baratinha é bastante batalhadora. Vive sempre trabalhando e cuidando da sua casa. Carrega consigo um grande desejo de casar, mas os pretendentes que aparecem não lhe agradam, até surgir o Ratinho, bonito e rico, por quem o coração de Dona Baratinha bate mais forte, aceitando, portanto, com ele se casar.


Durante o espetáculo, as crianças interagem com os atores, sendo estimuladas a cantarem junto com eles as músicas dos personagens. A montagem leva a assinatura da Companhia que herdou o nome do célebre teatrólogo natalense Jesiel Figueiredo. “O Casamento de Dona Baratinha” é uma realização de Lula Belmont Produções.


A Companhia


Fundada em 1957, a Companhia de Teatro Jesiel Figueiredo mantém-se atuante ao longo das últimas cinco décadas, encenando a cada ano um espetáculo adulto e outro infantil, sempre trabalhando com clássicos de ambos os gêneros, com ênfase para o teatro infantil.


Dentre as peças montadas destacam-se “Branca de Neve e os Sete Anões”, “Chapeuzinho Vermelho”, “Cinderela” e “Pluft, o Fantasminha”. Porém, a que mais teve repercussão junto ao público infantil foi “O Casamento de Dona Baratinha”, com aproximadamente 3.000 apresentações, passando de geração a geração, desde a sua primeira montagem.


FICHA TÉCNICA:


Dona Baratinha (Carminha Dantas).
Sr. Ratinho, Burrinho, Boizinho, Cabritinho, Porquinho e Coelhinho (Rony Soares).
Animador (Ismael Carlos).
Direção, cenários e figurinos (A Companhia).
Técnica (Marcelo Costa).

SERVIÇO:


Peça infantil “O Casamento de Dona Baratinha”.
Local: Teatro Alberto Maranhão.
Data: 25 de abril de 2010.
Hora: 17h.
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) / R$ 10,00 (meia).

sábado, 17 de abril de 2010

As Zilas

Poetisa Zila Mamede amou o mar e nele morreu
Zilhões

Zilas

Zangadas

Zoam

Zuvidos

Zucrinados

Zorra

Zás...!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bardallo’s comemora aniversário com Orquestra Boca Seca e DuSouto

Banda DuSouto promete incendiar o aniversário do Bardallo's
Para comemorar cinco anos de existência, o Bardallo’s Comida & Arte prepara uma grande festa para o próximo sábado, 17 de abril. A noitada terá início às 18 horas, no jardim do Palácio da Cultura, localizado na Cidade Alta.

Os trabalhos musicais serão abertos pelo grupo de samba de raiz Roda de Bambas. Em seguida, a Orquestra Boca Seca sobe ao palco para fazer todo mundo dançar. Fechando a noite, a banda DuSouto incendeia o evento com sua mistura de sons e ritmos musicais.

Conforme o proprietário Lula Belmont, a proposta do Bardallo’s é agregar comes e bebes a eventos culturais com destaque para exposições de artes plásticas e shows musicais, afora festas temáticas. “Faço produção cultural e negocio com bar e restaurante. Movido por essas duas vocações tive a ideia de criar o Bardallo’s para receber artistas, amigos e pessoas que gostam de cultura e de boa gastronomia”, ilustra Lula Belmont.


O nome Bardallo’s tem explicação. Sempre por volta da meia-noite Belmont toca um sino que compõe a decoração do bar alertando os clientes que dali a uma hora o estabelecimento será fechado. “Umas pessoas aceitam as badaladas numa boa, outras reclamam porque querem ficar mais tempo no bar curtindo a boa música, a birita e os petiscos do cardápio”, informa.

DuSouto


No verão de 2005 o DuSouto lança seu primeiro disco autointitulado no Festival MADA e fecha com o selo carioca Nikita e a distribuidora paulista Summer Records, iniciando parcerias que anos depois dariam bons resultados. Em 2006, a banda é escalada para a trilha oficial do game FIFA Soccer World Cup lançado pela maior empresa de games do mundo, a canadense E.A. – Entertainment.


Revistas especializadas em música como a Bizz e a Rolling Stone soltam notas comentando o trabalho do DuSouto. Colunistas dos jornais Folha de São Paulo e Jornal do Brasil fazem resenhas sobre o disco. Em 2007, é convidada pelo Programa do Jô para breve entrevista e apresentação de um dos hits da banda “DuSouto no samba”. A partir daí começam a surgir vários convites para entrevistas, programas de TVs e apresentações em festivais e casas de shows do Brasil.

O programa Brasil Mostra Brasil apresentado pelo cantor e compositor Pedro Luiz vem a Natal para mostrar de perto como é feita a produção das músicas da banda. O DuSouto é reconhecido pela crítica como um legítimo representante da música contemporânea brasileira e faz o circuito de alguns dos principais festivais do país.


A banda ainda cede duas músicas de seu disco de estreia para compor a trilha sonora da série 9mm: São Paulo, produzida e exibida em 2008 pelo canal de TV Fox. Ano passado, a Fox decide dar continuidade à série. É negociada a compra dos direitos autorais de mais quatro músicas da banda para compor a trilha da segunda temporada.


Agora, DuSouto trabalha o segundo disco Malokero High Society resultado de músicas que já embalavam os shows da banda há algum tempo, como os hits “Aonde está meu outro par da sandália havaiana” e “Outro dia”. Dancin’ hall, ragga, dub, drum’n’bass, samba e funk servem de cama para as letras bem-humoradas da banda. Com todos esses ingredientes reunidos o show do DuSouto promete incendiar a festa de cinco anos do Bardallo’s.

Orquestra Boca Seca


Os primórdios da Orquestra Boca Seca remontam ao ano de 2003 entre um ensaio e outro da banda de reggae Moonganjah, quando o então tecladista Fabão Rocha dá seus primeiros passos como frontman. Sob influência da faceta mais suingada da Black Music, Fabão embarca com alguns parceiros em busca da essência do legítimo samba-rock.

Em 2005 a banda começa a fazer sua primeira temporada no extinto Fósforo Bar, abrindo também o show da banda Los Hermanos (RJ). Um ano depois, faz uma pequena pausa de shows para a gravação e lançamento do seu primeiro EP com sete músicas autorais. O trabalho chama a atenção e o grupo é indicado na categoria Revelação do Prêmio Hangar de Música.


Entre 2006 e 2007 a Orquestra Boca Seca abre shows de bandas nacionais como Los Hermanos, Paralamas do Sucesso, Nação Zumbi, Cordel do Fogo Encantado, Adão Negro (BA) e Eddie (PE). Também divide o palco com DuSouto (RN), Chico Correa & Eletronic Band (PB), Lado 2 Estéreo (PI), Macaco Bong (MT), Relespública (PR), Coletivo Rádio Cipó (PA), NeguEdmundo (RN) e Moonganjah (RN), afora a internacional o Clã (Portugal).


Após participar dos Festivais Mada 2007 e MPBeco, a Orquestra se reorganiza em power trio e engrena de vez, passando a fazer temporada no Espaço Cultural Calígula, na Ribeira, e garantindo vaga no Festival Nordeste Independente, que ocorre em março de 2008 no DoSol Rock Bar.

Já no ano de 2008 a banda participa de festas mais populares, como o Carnaval Multicultural de Natal, a Festa do Boi e o Festival da Serra de São Bento. Ainda abre o show do artista pernambucano Otto e da banda The Brothers of Brazil (SP), em festa beneficente, e também divide o palco com a banda jamaicana The Gladiators.


Em meados de 2008 a Boca Seca é indicada ao Prêmio Rock Potiguar como Banda Revelação, abre temporada no Galpão 29, sempre com a casa lotada, e estreia nova formação no MPBeco - dessa vez como banda convidada -, com Fabio Rocha (voz e guitarra), Clara Pinheiro (voz), Rafael Cabeleira (guitarra), Jordan Santiago (baixo) e Pablo Jorge (bateria).

A Orquestra Boca Seca entra 2009 com o pé direito, fazendo o réveillon da praia de Pipa e temporadas nos bares da praia mais badalada do Rio Grande do Norte. Participa também como banda base dos tributos a Chico Science, Tim Maia Racional e Reis da Soul Music. Estreia o projeto Baile Barulhinho Bom, com sucesso de público, e é contemplada com o edital Núbia Lafayete para gravação do primeiro CD oficial.

Grava seu primeiro vídeo release e na sequência toca no Festival DoSol 2009. Em dezembro é convidada para tocar no projeto Coisa Fina em Fortaleza, no Órbita Bar. Agora em 2010, a banda promete novo CD e muitos shows no RN e em Estados vizinhos.

SERVIÇO:

Festa de 5ᵒ Aniversário do Bardallo’s.
Onde? Jardim do Palácio da Cultura. Cidade Alta.
Quando? 17 de abril de 2010, a partir de 18 hs.
Quanto? R$ 7,00 (antecipado) / R$ 10,00 (na hora).

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Gozar o gozo do Beco


Beco da Quarentena
Eras a mandíbula do rio-mar
Que devorava navios e marinheiros nas cálidas noites da cidade baixa.

No mundo cão de sífilis, gonorreia e cancro-mole
Alongavas teus tentáculos de carne viva
Para subjugar malandros, meretrizes, cafetões e meganhas.

Com tuas portas agora emparedadas,
Nega-te para o presente.
Desfuturo.

Na quarentena das horas
Recusas a própria existência
Consumindo, doente e siderado,
Crack e monóxido de carbono.

Beco da Quarentena - mata-me de gozo por todos nós.

domingo, 4 de abril de 2010

Exposição “Mitos” no Bardallo’s

Expo "Mitos" em cartaz no Bardallo's
A abertura da exposição “Mitos”, do artista plástico Luiz Nazário, ocorre amanhã (07.04), quarta-feira, a partir de 19 horas, no Bardallo’s Comida & Arte. São 18 trabalhos em bico de pena aquarelado que representam o melhor da produção do consagrado artista plástico potiguar. A exposição ficará em cartaz de 8 a 30 de abril, no Bardallos, situado à rua Gonçales Lêdo, 671, na Cidade Alta.