segunda-feira, 23 de maio de 2011

"Autor de gabinete?", por Mário Bortolotto

Mário Bortolotto na sua kitchenete

Já falei sobre isso aqui no blog. Há uma corrente de “Dramaturgos” que estão pregando o "processo colaborativo" como o meio mais moderno de se escrever pra teatro e o escambau. Eles inclusive dizem que o autor escrevendo solitariamente está fadado a desaparecer. E para defenderem com mais estupidez ainda o seu ponto de vista, passaram a chamar os autores que escrevem sozinhos em seus cantos possíveis de “autores de gabinete”. Definição horrível por si só, ainda mais quando usada pejorativamente como é o caso.

No debate que participei sobre “Dramaturgia Interativa”, houve tentativas de defesa do "Processo Colaborativo", como já era de se esperar. E começaram a usar essa definição chinfrim ad nauseam. Quando foi minha vez de falar, já deixei claro minha posição. Disse que não acredito nessa merda e que escritores pra mim são solitários crônicos, pelo menos no momento da criação e arrematei dizendo: “E não me considero um autor de gabinete. Ninguém pode dizer que sou isso. Sou na verdade um autor de kitchenete. É onde escrevo. Espero um dia conseguir ser um autor de um apartamento de dois quartos e depois um autor de casa de campo. Mas por enquanto, sou apenas um autor de kitchenete”.

E isso me remeteu a um ótimo livro sobre o assunto (“O Lugar do Escritor” de Eder Chiodetto). Nesse livro, Eder entrevistou escritores e fotografou os lugares onde eles escrevem. Há de tudo. Desde o caos atulhado de livros de Ferreira Gullar, passando pelo pequeno quarto de Régis Bonvicino até o show-room de Paulo Coelho (definição mais que apropriada de Douglas Kim).

Escritores vão continuar escrevendo, sozinhos. E sem a interferência de ninguém. Editores, amigos, esposas, atores. Eles ficam longe nesse momento. O escritor é um exibicionista tímido. Só quando está sozinho, ele consegue se desnudar. Quem quiser ver o resultado, vai ter que esperar a Polaroid desse momento. Na livraria mais próxima.

MÁRIO BORTOLOTTO (Dramaturgo)

NOTA DO BLOG: Mais um modismo de "gabinete". Passageiro como todo modismo. Outro termo que não suporto é "dramaturgista". É bem a cara dessa turminha "colaborativa". Esse povo é que vai sumir do mapa. Do mapa cultural. Pau neles, Mário.

sábado, 21 de maio de 2011

Cinco poemas de Cacaso


estações

Do corpo de meu amor
exala um cheiro bem forte.

Será a primavera nascendo?


ah!

Ah se pelo menos o pensamento não sangrasse!
Ah se pelo menos o coração não tivesse
[memória!
Como seria menos linda e mais suave
minha história!


alquimia sensual
Tirante meus olhos e mãos
quero me transformar em seu corpo
com toda nudez experiente
do passado e do presente
E naquela noite
entre suspiros
terei aguardado a hora incrível
de tirar o sutiã


busto renascentista
Quem vê minha namorada vestida
nem de longe imagina o corpo que ela tem
sua barriga é a praça onde guerreiros
[se reconciliam
delicadamente seus seios narram
[façanhas inenarráveis
em versos como estes e quem
diria ser possuidora de tão belas omoplatas?
feliz de mim que freqüento amiúde e quando posso
a buceta dela


capa e espada
meu amor sentindo-se incapaz de ser amada
levanta herméticos escudos e duendes a qualquer
dádiva
que de mim — ai de mim! — possa brotar
nada mais ameaçador que os olhos do amor


CACASO (Antônio Carlos Ferreira de Brito)

sábado, 14 de maio de 2011

REPOUSO DO ADÔNIS na Virada Cultural Paulista em Mogi das Cruzes

A Cia. Lenda Urbana apresenta domingo (15), no Teatro Vasques, na Virada Cultural Paulista, em Mogi das Cruzes, às 4h da madrugada, a comédia nordestina REPOUSO DO ADÔNIS, de minha autoria. Não me enganei. A apresentação será às 4h da madruga mesmo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Isso não é um poema. É só um aforismo besta. Se tanto.


"O convívio com humanos me fez perder a condição humana"

"Casa de Violeta" volta a ser representada em Caxias do Sul


Cartaz da apresentação da comédia Casa de Violeta, adaptação de O Repouso do Adônis, de minha autoria, amanhã, 11, às 19h30, na Casa da Cultura, em Caxias do Sul (RS).
Montagem pelo Grupo de Teatro da Fundação Marcopolo e encenação de Davi de Souza.

sábado, 7 de maio de 2011

Ex-baixista do Deep Purple diz que gastou US$ 1 milhão em cocaína


O ex-baixista do Deep Purple, Glenn Hughes, diz em sua nova autobiografia, "Deep Purple And Beyond: Scenes From The Life Of A Rock Star", que gastou mais de US$ 1 milhão em cocaína.

As informações são do site da revista especializada em música NME.

"Agora, estou no topo do mundo como um artista solo, e após tantos anos sóbrio, eu mal posso acreditar que sobrevivi. Eu gastei mais de US$ 1 milhão em cocaína. Quando você ler esse livro, também não vai acreditar!", disse Hughes.

Hughes levou três anos para escrever o livro, que sai no próximo dia 12.5, contou com a ajuda do jornalista Joel McIver.

O livro tem ainda uma introdução de Lars Ulrich, do Metallica.

NOTA DO BLOG: Glenn Hughes é, sem nenhum favor, uma das maiores vozes do rock. No Japão, ganhou o epíteto de The Voice of Rock. Como se não bastasse, Hughes é um baixista excepcional. Ótimo que tenha sobrevivido ao pó. No início do ano esteve no Brasil para shows no Sudeste e Centro-Oeste. Um gênio do rock.