"1969 - O ano que mudou nossas vidas" (1969, EUA, 1988) não teve o mesmo impacto de "Easy Rider" ou "Hair" na época do lançamento, mas tem o espírito revolucionário dos anos 60. Aborda temas comuns a ambos os filmes - revolução de costumes, contracultura, drogas, rock and roll, Vietnã -, sem se aprofundar muito. Ainda bem. Podia ter ficado chato ou pretensioso. Admiro o filme e o escolhi para preencher minha noite de segunda-feira. No condado de Culloch, interior dos EUA, os ecos da contracultura ainda não haviam chegado no início de 1969, exceto para os amigos Ralph (Robert Downey Jr.) e Scott (Kiefer Sutherland), que após cursarem a faculdade irão se defrontar com a dura e conservadora realidade que os aguarda. Com os ventos da revolução cultural americana já soprando e fazendo barulho, os dois amigos pegam a estrada, experimentam drogas e dão um tempo numa comunidade riponga adepta do naturalismo. Isto entre idas e vindas. No meio do furacão, a bela Beth (Winona Ryder), irmã de Ralph, observa o mundo e suas mudanças enquanto também muda aos poucos de menina para mulher. Há ainda o irmão de Scott, Alden, interpretado pelo ator Christopher Wynne, que parte para o Vietnã e abre feridas e deixa sequelas na família. Resultado: volta num caixão com a bandeira americana estirada em cima. O filme chama a atenção para a paz, mesmo a maior nação do planeta enfrentando na ocasião uma guerra feroz que a desmoralizaria perante a própria sociedade estadunidense e o resto do mundo. Lá para as tantas Ralph é preso por ter invadido um prédio do governo para surrupiar a ficha de identificação que certamente o levaria para o Sudeste asiático. Ainda rola um rolo entre Scott e Beth para a indignação de Ralph. Dirigido por Ernest Thompson, o drama, conforme sugere o crítico Rubens Ewald Filho, é autobiográfico. Sorte dele ter vivido a falsa Era de Aquário, onde o lema sexo, drogas e rock and roll atingiu seu ápice. O filme revela boas atuações de Robert Downey Jr. e Kiefer Sutherland. Abro um parêntese para a trilha sonora. Aí a porca torce o rabo. Blind Faith, Canned Heat, Cream, Crosby, Stills, Nash & Young, Jimi Hendrix, The Animals, The Zombies são algumas lendas do rock and roll que permeiam o drama do início ao fim. O melhor que o estilo produziu na década de 60. Fica a dica. Eu gostei e indico. Alguém conhece o filme? Se não, vale a pena conferir.
Paulo,
ResponderExcluirO ano que mudou minha vida foi 1970, ali eu nasci...
Sempre um prazer passear pelo "Nariz", amigo das dunas...
Abraço sudamericano,
Pedro Ramúcio.
Eu não conhecia não, Paulo Jorge... Mas já está na minha lista. Assim que puder, vou assistir!!!
ResponderExcluirBeijinhos e saudades...
Pedro, como bom mutante estou sempre em constante mutação. Todo dia tento mudar para não morrer de tédio. Poeta, grande abraço diretamente da barra do rio Potengi.
ResponderExcluirAdri, "1969" é muito bom filme. Não tem/teve o mesmo impacto de "Easy Rider" e "Hair", mas é do balacobaco. Assista mesmo. Saudades e beijos recheados de contracultura.
ResponderExcluir