A poetisa mineira Adélia Prado
AMOR FEINHO
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.
ADÉLIA PRADO
"Ah, bruta flor do querer..."
ResponderExcluirAmor feinho belo é... :)
ResponderExcluirPaulo,
ResponderExcluirAdélia fica velha não, e como poucos sabe remoçar o poema essa moça mineira pra quem um dia, após ler uma resposta dela numa entrevista de jornal, eu compus, num susto:
SANDÁLIAS PARA A POETA ADÉLIA PRADO
ANDAR DESCALÇA
_ Coisa boa de fazer é poesia!
Boa para quem não faz.
Se não for um Salmo: uma heresia.
Não componho mais.
Suponha-se a rima feliz,
E a dor de quem a cria?
Psiu! Palavras são armas vis,
Disse-me certa vez uma cotovia.
Feito o verso, no limbo jaz.
Escrita, está torta a ortografia.
Portanto não componho mais,
De mim mais nenhuma algaravia.
(Pedro Ramúcio)
*
É um prazer enorme passear-me entre teus escritos e escritores preferidos, poeta porreta de Potengi.
Abraço mineiro,
Ramúcio.
Eu quero um amor feinho.
ResponderExcluirbjs
Insana
Também quero um amor feinho! rs
ResponderExcluirBjao!
Ah, Paulo Jorge, meu querido...
ResponderExcluirAlém de compor magníficos poemas, ainda seleciona cada coisa maravilhosa!
Adélia Prado...
Que dizer, a não ser: grata, meu amigo, por repartir comigo esta riqueza!
Grande abraço!
"Uma vez encontrado, é igual fé,
ResponderExcluirnão teologa mais."
Formidável!
Abração, Paulo Jorge.
"amor feinho"
ResponderExcluiré belíssimo
...
E raro!
Forte abraço,
camarada.
Adélia é mesmo incrível, Paulo Jorge!
ResponderExcluirE de uma simplicidade...
Não conhecia o "Amor feinho". Lindo!
"Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada."
Beijinhos, querido!
Meus agradecimentos aos amigos e irmãos de letras Cris, Francisco, Pedro, Insana, Tétis, Zélia, Marcantonio, Domingos e Pólen, pelos comentários.
ResponderExcluirAbraços e bjs.
Paulo, que trem bão esse "amô feinho"... igual a colo di mãe, primeiro beijo, comida di vó, pão di queijo, água de bica e fogão à lenha.
ResponderExcluirSó posso agradecer esse momento especial em que vc me fez sentir uma alegria genuína lendo os versos da Adélia.
Além de um grande poeta, é generoso por compartilhar beleza conosco.
Beijokas.
Poxa, Lua, obrigado pelas palavras.
ResponderExcluirConfesso que não mereço tanto.
Agradeço a sua visita e comentário.
Felicidades e bjs mil.