O vetusto cliente do restô privê degustava pantagruelicamente sua lauta refeição,
enquanto uma criança famélica e maltrapilha o observava com um pirulito na boca da qual escorria um líquido vermelho rubi.
Encontro de destinos separados por um vidro à prova de a-feto.
Apartheid na quente manhã tropical urbana.
As digitais da indigitada sem nome escorriam pelo vidro com o desígnio de chamar a atenção do glutão.
Debalde!
Naquele espaço gastronômico não havia toques de ternura.
Só pecado da gula.
Talvez dívidas.
Nunca dádivas.
Sequer dúvidas.
Paulo Jorge, Paulo Jorge, que riqueza de texto!
ResponderExcluirMeu Deus...
Um vidro à prova de a-feto...
O apartheid...
O pecado da gula...
Dívidas, dádivas, dúvidas, em proporções tão adequadas para uma conclusão magnífica!
Emocionei-me demais, meu querido amigo, grande escritor!
Abraço bem apertado da
Zélia
talvez tudo, poeta.
ResponderExcluirsaudades de você, paulo poeta.
e essa inquitude, só sua.
compartilhada, como um bocado de pão.
beijão,
r.