Hoje conferi Budapeste (Drama, Brasil/Hungria/Portugal, 113 min., 2009), filme baseado na obra homônima do escritor Chico Buarque de Holanda e dirigido por Walter Carvalho. Assim que o livro saiu comprei-o logo, mas como já fazia tempo que o havia lido, fui ver o filme sem lembrar de muitas nuances da história. Apenas tinha lembrança do livro denso que lera.
O filme não foge ao livro na complexidade. Conta a história de José Costa, um ghost-writer carioca que faz o nome e o sucesso de terceiros escrevendo romances e biografias, sem nunca ganhar crédito com isso, um desconforto que o persegue quase a história inteira. Sua sorte começa a mudar quando ele conhece a capital da Hungria, a qual exerce grande fascínio sobre Costa e vai mudar sua vida para sempre.
Casado com a deslumbrada apresentadora de TV Vanda (Giovanna Antonelli), Costa dá com os costados sozinho em Budapeste - a relação ia de mal a pior - e na capital da Hungria envolve-se com a bela Kriska (Gabriela Hátori), que o ensina a falar e escrever no idioma local.
Diretor de fotografia de clássicos do novo cinema brasileiro ou do "cinema da retomada", como Abril Despedaçado, Amarelo Manga e Lavoura Arcaica, Walter Carvalho estreia na direção e consegue transpor para a telona a essência do livro de Chico Buarque, seja na complexidade da história seja na narrativa não linear. A direção de atores é segura, o que reflete de certa forma na coesão do elenco, e a direção de fotografia, a cargo de Lula Carvalho, filho de Walter, merece louvor, especialmente pelas tomadas de Budapeste, a cidade amarela, como a capa do livro.
Walter Carvalho topou o desafio, correu o risco e fez o que pôde, a partir do roteiro de Rita Buzzar, para tornar o filme palatável e instigante. A sensação é que ficou no meio do caminho. Não por incompetência, mas por ter escolhido a história errada para estrear na direção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário