domingo, 21 de março de 2010

De túneis genetianos


"De súbito, fico só, porque o céu está azul, as árvores verdes, a rua calma, e porque um cão anda, tão só quanto eu, à minha frente. Avanço lentamente, mas com decisão. Creio que é noite. As paisagens que descubro, as casas com suas propagandas, os cartazes, as vitrinas em meio das quais passo como soberano, são da mesma substância que os personagens deste livro, que as visões que descubro, quando minha boca e minha língua estão ocupadas nos pelos de um anel de couro onde creio reconhecer uma lembrança dos gostos de minha infância pelos túneis. Eu enrabo o mundo."


Jean Genet, dramaturgo francês

10 comentários:

  1. Gostei da escolha da prosa.

    Abraço e bom domingo para vc!

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  2. Genet enrabou o mundo, porque era gênio. na maioria das vezes, é o mundo que enraba a gente...rs

    paulo poeta, seu blog ta uma delicia, com achados e perdidos (refiro-me a alguns leitores) geniais.

    como o criador do blog.

    abraçao, poeta!

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  3. Falou e disse. Interessante é como a prosa 'sai dos trilhos' repentinamente! Maravilha.
    Um abraço.

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  4. São Genet.
    Como dizia Sartre.

    Um abraço.

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  5. Pj, por que Nariz de defunto, heim? Tem aqueles algodões, deve ser meio gelado e nem "fuça" mais. rs bj

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  6. Vertentes bem modernas para o agora. Acabe com o mundo!

    Abs meu caro e obrigado pela boa dose de poesia.

    Aproveito e divulgo minha loucura das quintas.


    Hoje, bem hoje, tem Confraria! rrsrsrs






    http://confrariadostrouxas.blogspot.com/2010/03/louco.html

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  7. Essa foi boa, Tétis. A origem não lembro bem, mas creio que foi num conto de Florbela Espanca que vi a expressão Nariz de Defunto. Abreijos.

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  8. Ah sim! De qualquer forma é diferente e tão intrigante quanto maktub. ;) Bj

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