Zidane comemora gol da França
Uma copa sem Zinedine Zidane é como “futebol sem bola”. Já faz algum tempo que o último gênio do esporte mais popular do mundo deu adeus aos campos. Ficou o vazio nos gramados e, especialmente, na Copa do Mundo da África do Sul. Ver Zidane jogar era um espetáculo para os olhos. Um prazer inenarrável. Quase um orgasmo. A categoria, a técnica, o élan e o estilo fizeram Zizou figurar na lista dos deuses do futebol, ao lado de Pelé, Garrincha, Gerson, Rivelino, Beckenbauer, Cruyff, Zico, Platini, Maradona e Romário, para ficar nesses nomes.
O estilo faz o atleta. E o atleta Zidane fez estilo ao desmontar defesas, aplicar dribles desconcertantes, dar passes certeiros e concluir jogadas em gol com incomum categoria. Habilidades raras em jogadores na Copa da África do Sul. Dá pena e raiva atletas medianos como Kaká, Messi, Drogba, Podolski, Pirlo serem endeusados pela crônica esportiva. A esses jogadores falta o plus, o algo a mais, o pulo do gato que Zidane e citados no primeiro parágrafo sabiam dar como ninguém.
Não foram os dois gols contra o Brasil na Copa da França (1998), o chapéu em Ronaldinho carioca na Alemanha (2006), nem o cruzamento para Thierry Henry estufar as redes de Dida ainda naquela fatídica quarta de final – para o Brasil – em Frankfurt, que consagraram Zidane como o maior jogador francês da história. Nada disso. Foi, sim, o conjunto da obra que o tornou um gênio dentro de campo. Repito: o estilo faz o atleta.
Na Copa do Mundo da mediocridade, como a africana, salta aos olhos a ausência na cancha de jogo de um atleta superior da estirpe do franco-argelino Zizou, craque como o fora na literatura o seu compatriota Albert Camus, um dos ícones do existencialismo no romance e na dramaturgia. Ver Zidane conversando com Platini na humilhante derrota da França para o México, nesta Copa, por dois a zero, foi remontar a duas fases de ouro do futebol francês na segunda metade do Século 20.
Como o tempo não volta, resta a mim e a milhões de fãs do futebol-arte de Zinedine Zidane contentarmo-nos com os VTs dos seus lances e gols geniais postados à farta no YouTube, pois para um atleta especial como Zidane o futebol não combina com amadorismo e burocracia tática. Futebol é para quem soube/sabe fazer o nome e entrar para a história. Deus guie Zizou fora dos gramados e salve a Copa da África do Sul de um vexame ainda maior.
Paulo,
ResponderExcluirZidane? Sou fã, com ou sem cabeçada...
E também sou fã de ser fã de quem é fã do futebol-arte, à lá Telê...
Abraço de fã,
Pedro Ramúcio.
Paulo Jorge
ResponderExcluirMesmo não sendo muito entendida de futebol, concordo plenamente com você! Sei quando o futebol é bonito, embora não domine perfeitamente as suas regras. O que dizes sobre Zidane, assino embaixo. Como não fazê-lo?
No primeiro parágrafo você relaciona aqueles que faziam do futebol , verdadeiro show artístico. Concordo, plenamente, com todos os nomes citados.
Os "estrelos" de hoje não têm, absolutamente, nenhuma luz... Ah, pensar no brilho que já vimos nos campeonatos passados...
Não se trata de saudosismo: trata-se de comparação.
Bem, que fazer, meu amigo?
Só vendo os vídeos do passado...
Grande abraço!!!
Cem por cento apoiado! Um jogador ímpar, clássico, sem firulas, sem as tão populares pedaladas, jogava com os olhos no horizonte. Realmente, tinha estilo.
ResponderExcluirAbraço.
Também sou seu fã, Pedro.
ResponderExcluirVocê joga um bolão e é artilheiro da poesia-arte.
Abraço do tamanho das Gerais.
Ah, Zélia, o futebol mudou muito... pra pior.
ResponderExcluirTanto é assim que raramente vejo jogos no campo ou na TV.
Zidane realmente foi o último craque do futebol.
Como você é craque na poesia.
Grande domingo e forte abraço.
Obrigado pela visita, Marcantonio.
ResponderExcluirZidane era um estilista no gramado, assim como você o é no seus poemas.
Abração e volte sempre.
Sendo sincero acho que nunca mais veremos um genio como zidane no futebol, acho até que zidane foi o ultimo dos genios. Mesmo hoje em dia alguns jogadores marromenos até fazem alguns lançes bonitos como o exultado messi e alguns outros aí mas é uma vez ou outra. Zidane era o tempo inteiro driblando, ferrando com os esquemas do adversarios e fazendo gols brutais coisa linda de se ver e algo que é muito dificil e quase impossivel de acontecer novamente nos pes de outros jogadores.
ResponderExcluirConcordo plenamente.
ResponderExcluirAbração.