A espera valeu a pena. Depois de hiato de 30 anos, ontem (10.11) tive o prazer de rever o multi-instrumentista Egberto Gismonti no palco do Teatro Alberto Maranhão. A primeira vez foi em 1979 pelo Projeto Pixinguinha. Egberto viera com o fantástico grupo Academia de Danças, incluindo músicos da magnitude de Mauro Senise, Zeca Assumpção, Robertinho Silva e Aleuda, dividindo o palco com as cantoras Olivia Byington e Marluí Miranda. Dos cinco shows realizados, vi três. Algo para guardar eternamente na memória. Simplesmente olímpico.
Ontem Egberto se apresentou solo. Foram dois momentos mágicos e sublimes. No primeiro, o mestre e seus violões de múltiplas cordas. O movimento dos dedos acompanhando os voos da mente e eu apoplético na poltrona diante do nosso instrumentista maior. A agilidade/genialidade continua a mesma. No segundo momento, o mestre tocou o piano. Outro show de excelência musical. Identifiquei as composições "Karatê", "Palhaço", "Baião Malandro" e as releituras dos clássicos de Villa-Lobos, como "O Trenzinho do Caipira" e a "Bachiana nº 5". Noite para não esquecer Gismonti e noite para esquecer a mediocridade das nossas fundações culturais, visto que a arte venceu a barbárie.
É de bom tom registrar que o show de Egberto só foi possível graças ao Banco do Brasil, por meio do Centro Cultural Banco do Brasil itinerante, que patrocinou a vinda dele e da cantora mineira Déa Trancoso responsável pela abertura com seus "meninos e meninas". Déa faz uma música mineirinha e ribeirinha das bandas do Vale do Jequitinhonha que vale a pena ser ouvida/sentida. O projeto chama-se Vozes de Mestres - Festival Internacional de Cultura Popular. Ponto para o CCBB que respeita a cultura brasileira. Ai, meu Deus, como seria bom uma filial do CCBB em Natal. Talvez muita coisa mudasse culturalmente neste burgo cascudiano. Agora, quero ver na próxima sexta a diva Cleyde Yáconis no espetáculo "O caminho para Meca", no mesmo palco. Assim o mês de novembro estará ganho. Amem/amém.
Música boa e popular é algo maravilhoso mesmo.
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa de divulgar e abrir um espaço por vezes tão esquecido para artistas como estes.
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