domingo, 16 de maio de 2010

Balbucio

A Luís Carlos Guimarães
A indesejada chegou sem culpa e sem máscaras
- desvãos da tragédia e da comédia.
Sobretudo o drama de um grito preso na garganta
Sufocado pela perda/ausência do polipoeta imortal.

Eis que do assombro desabrocham ternuras
Em tempos de agudas barbáries.
O ágora palco agora está vazio
E o seu último herói consulta o Oráculo.

Para além da plateia riso-pranto,
Há apenas o espanto da dor silente
E um cristal com lisérgico absinto
Trazendo conforto e inspiração.

Ousaram os implacáveis deuses
Promover um banquete no Olimpo
Precipitando o inexorável destino
Do homem-poesia no ponto de fuga.


10 comentários:

  1. e o homem-poesia foge...
    para onde foge o homem?

    sempre bom te ler, PJ.

    abraço grande do
    r.

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  2. Incrível! Identifiquei-me muito ;)

    Beijo, meu caro.

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  3. Paulo jorge

    Lindíssimo o seu Balbucio:
    "O ágora palco agora está vazio"...Imagem deslumbrante, meu amigo! Teríamos já, aí, um poema perfeito , completo. Mas você vai muito além...
    Ai, este banquete no Olimpo...Ai!
    Bela homenagem, querido!

    Grande abraço.

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  4. um belo espaço o seu...

    ...retornarei com frequência!

    abraço

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  5. Metáforas para dentro...

    Gostei do texto-filme.

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  6. Larinha, sua presença é um bálsamo.
    Volte sempre.
    Cheiro no caroço do olho.

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  7. Roberto, sua presença aqui é essencial para o Nariz de Defunto respirar. Abraços natalenses.

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  8. Querida Zélia, obrigado pelo elogio.
    Tento acompanhar sua alta poesia de perto.
    Sempre um prazer vê-la aqui.
    Bjs na alma.

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  9. Meu caro Juan, será um prazer tê-lo sempre no Nariz de Defunto.
    Obrigadíssimo pela visita.
    Abs.

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  10. Bardo, elogio de um grande poeta como você é alentador para a alma.
    Forte abraço e apareça sempre.
    Abraço.

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