O murro do deputado na mesa do governador
alegrou o garçom com salário três meses atrasado.
Afinal, sentiu-se quase vingado.
Melhor teria sido um tiro nas fuças.
Por conta do calote, o garçom perdera a casa
financiada pela Caixa, a mulher e a moral.
Agora, consolava-o o fato de ter sido testemunha do
destempero parlamentar.
Atitude de um pobre de espírito.
Antes do cachimbo da paz ser fumado entre os correligionários,
alegrou o garçom com salário três meses atrasado.
Afinal, sentiu-se quase vingado.
Melhor teria sido um tiro nas fuças.
Por conta do calote, o garçom perdera a casa
financiada pela Caixa, a mulher e a moral.
Agora, consolava-o o fato de ter sido testemunha do
destempero parlamentar.
Atitude de um pobre de espírito.
Antes do cachimbo da paz ser fumado entre os correligionários,
separados por maços de dinheiro público,
o garçom retirou-se sorrateiramente para cheirar
rapé no fétido banheiro palaciano.
Decerto o suco de maracujá servido acalmaria os ânimos
exaltados no gabinete governamental.
o garçom retirou-se sorrateiramente para cheirar
rapé no fétido banheiro palaciano.
Decerto o suco de maracujá servido acalmaria os ânimos
exaltados no gabinete governamental.
Perspectiva silente em briga de cachorro grande o fraco sempre sai mordido...
ResponderExcluirPaulo Jorge!!!
ResponderExcluirQue show extraordinário!
Muito, muito engraçado!
Texto enxuto, conciso, exato como a matemática.
Você não deixa uma brecha: está aí tudo que é necessário ...
Adorei, meu amigo!
Estou aqui, rindo, rindo, rindo...
Grande abraço!!!
Ética no poder?
ResponderExcluirVocê tocou com delicadeza na ferida brasileira,
Com um texto de gosto agridoce! Dói.
Um abraço, meu amigo!
Corrosivo. A impotência e inação dos sem-poder que servem aos nebulosos bastidores do poder.
ResponderExcluirAbraço.
Adorei o texto, Paulo Jorge!
ResponderExcluirSem dinheiro, sem casa, sem mulher e sem moral... E se contentar com um murro na mesa... É... A nossa noção de justiça anda merecendo um tiro nas fuças mesmo. Até porque a nossa vergonha já morreu faz tempo.
Beijos, querido.
...roteiro para um minifilme. E pra ser visto nas escolas...
ResponderExcluirUm abraço!
Jogada poética mais que bem elaborada sobre o disparate político.
ResponderExcluirBeijo!
PJ,
ResponderExcluirSerá que os políticos têm, como em algumas relações duradouras ou não, um tempo de vida útil, para lá do qual é inútil tentar prolongá-las?
beijos que vão da ponta do nariz do(defunto) até a alma,querido.
Meu caro..ando sem tempo por isso de minha ausência...
ResponderExcluiré sempre um prazer receber suas visitas no REMBRANDT
abraço