Um dia para esquecer. Nada deu certo. A minha ideia era assistir no Frei Caneca ao filme Inverno da alma (Winter's tale, EUA, 2010). Fui lá e quando cheguei na bilheteria o celuloide havia sido retirado de cartaz. Fiquei puto, mas raciocinei que à noite seria o grande momento de conferir o musical Lamartine Babo, com texto e roteiro de Antunes Filho. Ao chegar no SESC Consolação, pertinho do Hotel Dan, na rua Dr. Vila Nova, o funcionário me informou que o ingresso estava sendo vendido no sétimo andar. Ele se enganou ou entendeu mal e me fez de besta. Na verdade, o espetáculo seria apresentado no auditório localizado no sétimo andar, onde fica o Centro de Pesquisa Teatral (CPT), o bunker de Antunes Filho. Pelo menos, agora, sei onde o mestre trabalha. Além de dois auditórios, o SESC Consolação conta com o Teatro Anchieta, com 320 lugares, onde já vi do Antunes os espetáculos Foi Carmen e Policarpo Quaresma. Desci ao primeiro andar e para o meu infortúnio a funcionária do SESC - com sua cara lisa - me informou que os ingressos estavam esgotados. Inclusive me mostrou o mapa eletrônico com os assentos marcados em vermelho. Naquele momento, a viagem acabou para mim. Do primeiro andar desci para o térreo, onde dois músicos tocavam blues para uma plateia entusiasmada. Enquanto assistia à apresentação, fiquei maquinando o que iria fazer. Acabei indo novamente para a praça Roosevelt afogar a frustração no vinho, no bar Papo, Pinga e Petisco. Não teve jeito, Ghal. Tomei a jarra de vinho e voltei bêbado e puto da vida para o hotel. Ter perdido o musical foi terrível. Foda mesmo. Só Antunes Filho salva. O sono demorou a chegar. Apaga. Black.
Paulo,
ResponderExcluirTua odisseia pela Pauliceia vale todos os relatos prontos que ofereces aqui, poeta...
Percorri-os contigo, e tô mais rico sem ter gasto um vintém, o que convém a um esbanjador inveterado de tudo quanto nem tem...
Belas peripécias, posso avaliar...
Abraço mineiro,
Pedro Ramúcio.