terça-feira, 18 de agosto de 2009

Como voam os anjos


Quando eu me matar,
O que será do meu cãozinho proletário?
E os da Vila de Ponta Negra,
Com suas rabugens crônicas?
Deles só espero a morte
Num pneu de ônibus,
Ou num bolinho de carne com vidro moído.

Quanto a mim,
Partirei com a branda asfixia do cânhamo
A aplacar minha agonia de viver.

Quando eu me libertar,
Não terei mais amor nem ódio
Perdido na amplidão.
A morte sublima a liberdade.
Ah! Quanta inveja dos cães vadios
E da liberdade deles.
Quanto invejo!

Um comentário:

  1. Paulo,
    gosto muito da forma de como "dançam" suas palavras na poesia, arrebatadoras.
    abraço grande meu querido
    -

    "Quando eu me libertar,
    Não terei mais amor nem ódio(...)"

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