sábado, 22 de agosto de 2009

Desventura


Da marquise do tempo
Observo esses poetas dolentes
Grávidos de tangos e tragédias.
Que um anjo os abençoe, porque a mim me resta
Sublimá-los com fina pena e tinta.

O que será desses poetas,
Quando secarem as lágrimas turvas do rio?
Será que vão chorar
Sob a lua na sarjeta?
Ou cantar uma canção desesperada?

Desafortunados os poetas
Que perdem o dom da esperança;
Enquanto contemplam o sol
Perder-se no infinito
Tornado arrebol da ilusão.

A partida do sol
Traduz a perda da mulher amada
Outrora idolatrada em noite de luar,
Quando a alma parecia reacender
A chama do amor esconso.

E é nessa desilusão
Que o poeta veste a cidade
De versos melancólicos;
Rebentos de sua dúbia ironia
De viver e de morrer sutilmente.

3 comentários:

  1. Mais um belo poema.
    Com a sua marca.

    Abraços.

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  2. a vida de um poeta bem sabe que é um eterno paradoxo de vida e morte.

    belo poema, abraço amigo

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  3. Meu caro,

    sapequei o seu poema no Balaio e, ao esmo tempo, adicionei-o à Feira de Blogues.

    Um abraço.

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