domingo, 27 de fevereiro de 2011

Morre o escritor Moacyr Scliar


GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE (RS)


Morreu neste domingo (27) o escritor e colunista da Folha Moacyr Scliar, 73. A morte ocorreu à 1h. Segundo o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde ele estava internado, Scliar teve falência múltipla dos órgãos.

O escritor sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico no dia 17 de janeiro. Ele já estava internado para a retirada de pólipos (tumores benignos) no intestino.

Logo depois do AVC, o escritor foi submetido a uma cirurgia para extirpar o coágulo que se formou na cabeça. Depois da cirurgia, ele ficou inconsciente no centro de terapia intensiva.

O quadro chegou a evoluir para a retirada da sedação, mas no dia 9 de fevereiro o paciente foi abatido por uma infecção respiratória e teve de voltar a ser sedado e à respiração por aparelhos.

Por causa da idade, os médicos evitaram fazer prognósticos sobre a recuperação do escritor.

CARREIRA

Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor e colunista da Folha publicou mais de 70 livros entre diversos gêneros literários: romance, crônica, conto, literatura infantil e ensaio.

Sua obra tem forte influência da literatura fantástica e da tradição judaica.

Integrante da Academia Brasileira de Letras desde 2003, Scliar já recebeu prêmios Jabuti, uma das mais prestigiadas premiações literárias do país, em 1988, 1993, 2000 e 2009.

Entre suas obras mais importantes destacam-se os livros 'A Guerra no Bom Fim', 'O Centauro no Jardim', 'O Exército de um Homem Só' e 'Max e os Felinos'.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Natal está entregue à barbárie

O burgo de Luís da Câmara Cascudo virou uma terra de ninguém no quesito comportamento em sala de cinema. Hoje (21.02), na sessão única do mediano filme francês "Não Minha Filha, Você Não Irá Dançar" (Non Ma Fille, Tu N'iras Pas Danser, 2009), adolescentes fanfarrões, ignorantes, incultos e débeis mentais bagunçaram o coreto. Tive que chamar um colegial babaca de imbecil, com o filme em andamento. Cumpre informar que os tais colegiais eram de escolas da rede privada de ensino. Portanto, supostamente, com acesso à (má) educação. Além da rafameia juvenil, um velho proferiu chistes e atendeu o celular falando alto durante a exibição da fita. Não é a primeira vez que o ancião clownesco, ao estilo Ariano Suassuna, se comporta como um palhaço. Para completar a barbárie, o filme foi interrompido perto do fim. Mais uma vez o Cinemark Natal deu provas de sua incompetência e desrespeito para com o público. É o pior complexo de salas de cinema do Brasil. Fico muito irritado quando isso ocorre. Voltando aos adolescentes, essas pessoas desqualificadas deveriam ver filmes hollywoodianos, nos quais o ritmo é tão alucinante que os espectadores não têm tempo de pensar nem refletir sobre nada. Mas não. Insistem em "ocupar" um território que não lhes diz respeito: o cinema de arte ou cult ou de autor. Ninguém jamais me verá numa sala de cinema assistindo a filme americano comercial. Só se eu tiver surtado. Aquilo - cinema americano comercial - me embrulha o estômago. O jeito é viajar para Sampa, onde as pessoas são mais civilizadas e o serviço nos cinemas é superior ao de Natal, e assistir aos meus filmes de arte em paz. Sem a má companhia de uma certa gentalha que macula a boa imagem dos natalenses. Outra: Cinemark Natal nunca mais.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Restô privê


O vetusto cliente do restô privê degustava pantagruelicamente sua lauta refeição,

enquanto uma criança famélica e maltrapilha o observava com um pirulito na boca da qual escorria um líquido vermelho rubi.

Encontro de destinos separados por um vidro à prova de a-feto.

Apartheid na quente manhã tropical urbana.

As digitais da indigitada sem nome escorriam pelo vidro com o desígnio de chamar a atenção do glutão.

Debalde!

Naquele espaço gastronômico não havia toques de ternura.

Só pecado da gula.

Talvez dívidas.

Nunca dádivas.

Sequer dúvidas.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Millôr segue internado no Rio

Intelectual Millôr Fernandes em sua biblioteca


O jornalista, desenhista, dramaturgo e escritor Millôr Fernandes está internado na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio. Apesar de o local confirmar a internação, os familiares pediram para o local não esclarecer quando nem a razão que levou Millôr a dar entrada na clínica. Millôr tem 86 anos.

Artista autodidata, começou a colaborar com a revista "O Cruzeiro" aos 14 anos, conciliando as tarefas de tradutor, jornalista e autor de teatro. No final dos anos 1960 se tornou um dos fundadores do jornal "O Pasquim", reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar.

Escreveu nos anos seguintes diversos tipos de peças e se tornou o principal tradutor das obras de William Shakespeare no país.

Atualmente ele mantém um site pessoal em que escreve textos de humor e cartuns, além de reunir seus trabalhos dos últimos 50 anos. Seu perfil no Twitter conta com mais de 285 mil seguidores.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O rock chora a morte de Gary Moore

O guitarrista irlandês Gary Moore


O guitarrista de rock irlandês Gary Moore, de 58 anos, foi encontrado morto no quarto de um hotel na Espanha, informou neste domingo a agência britânica de notícias "PA".

Moore, que antes de iniciar carreira solo fez parte do grupo Thin Lizzy, morreu nas primeiras horas deste domingo, disse à emissora o empresário, que não forneceu mais detalhes.

Nascido em Belfast (Irlanda do Norte), Moore foi recrutado para o lendário grupo norte-irlandês Thin Lizzy pelo vocalista, Phil Lynott, e antes fez parte da banda Skid Row.

Um dos membros do Thin Lizzy, Brian Downey, declarou estar "comovido com sua morte" e rendeu um tributo a seu colega.

"Sempre estará em meus pensamentos e em minhas preces. Não posso acreditar que tenha morrido", disse.

Guitarrista de amplos recursos técnicos, Gary Moore regravou na década de 1980 o clássico "Still got the blues", com estrondoso sucesso mundial.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A respeito de um poeta bissexto

Um poeta bissexto vale quanto produz.

Promete a si mesmo uma ode para ontem

e hoje tropeça no esquecimento.

Não lembra sequer um verso do poema natimorto nas cinzas do tempo,

que possivelmente enaltecesse algo, alguém ou a si mesmo.

Nonada!

Poeta bissexto não tem jeito.

Nele só há preguiça e aporrinhação da consciência

cobrando-lhe ações de despejo poéticas

que, por inércia do pachorrento, quase nunca sairão.

O jeito é apelar para São Judas Tadeu dos poemas impossíveis.

Orar para o poeta tomar vergonha na cara

e cometer versos com frequência cardíaca estável.

Tem-se rezado.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mostra sobre Othon Bastos em Brasília exibe o raro "Sol sobre a Lama", de Alex Viany

  • O ator Othon Bastos em Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), filme do diretor Glauber Rocha

    O ator Othon Bastos em "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964), filme do diretor Glauber Rocha

Um capítulo importante - ou vários - do cinema brasileiro estão guardados na memória de Othon Bastos. O ator baiano, de 77 anos, que atuou em mais de 40 longas, imprimiu sua marca a diversos clássicos nacionais, como o Corisco de "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964), de Glauber Rocha, o Homem de "Os Deuses e os Mortos" (1970), de Ruy Guerra, o fazendeiro Paulo Honório de "São Bernardo"(1972), de Leon Hirszman, o padre Antônio Vieira de "Os Sermões" (1989), de Julio Bressane.


http://cinema.uol.com.br/ultnot/2011/02/01/mostra-sobre-othon-bastos-em-brasilia-exibe-o-raro-sol-sobre-a-lama-de-alex-viany.jhtm