sábado, 6 de março de 2010

Poema do mar


Urge a noite avance,
Dissipe esse resquício de dor;
Antes que eu esmoreça
Nessa solidão de faroleiro.


A minha luz te distingue
Das outras embarcações;
Direciona-te para algum porto seguro
Mesmo que seja além-mar, além mim.


Acima dos cúmplices sinais,
Penso em tágides imaginárias
E em náufragos - Cruzoés
Da última terra à vista.


Mas a tua alabastrina imagem
Ainda me parece vento brando,
Que me esculpe e me imortaliza
Tal qual imagem sagrada.

3 comentários:

  1. Às vezes, o único farol que posso é uma vela panda. E, no asfalto longíquo, minha bússula: um helianto à deriva. Seu blog suscita poemas, poesia. Abraços!

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  2. eita, poeta...
    em dia de oscar, venho aqui te ler e deixar meu abraço.
    quem leva, logo mais?
    beijão do roberto.

    ps: náufragos - Cruzoés
    Da última terra à vista...

    é bonito, isto!

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  3. Oásis em pleno mar.

    Lindo poema! Gostei daqui =).

    Beijos.

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