quarta-feira, 14 de julho de 2010

Cacos


Primeiro,
pensei que fosse morrer afogado na Lagoa do Bonfim...

Segundo,
que o câncer me consumiria os intestinos...

Terceiro,
o derrame era uma certeza...

Por fim,
escapei com vida de todos os possíveis óbitos...

(a morte me fazia de besta)

Agora, dedico boa parte do tempo colando os cacos da vida quase perdida.

14 comentários:

  1. Nós só enganamos a nós mesmos; a morte, a todos.

    Muuuito bom!

    Beijo.

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  2. Paulo Jorge, pensando bem, ultrapassada a infância, quando nada sabíamos das perdas futuras, passamos a nos dedicar a colar os cacos de uma vida por se perder a qualquer hora.

    Grande abraço!

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  3. Paulo Jorge, meu querido!
    Que poema lindo, interessante! Pede reflexão...
    O avesso do avesso do medo, sempre impertinente...
    Ano passado me extrairam a vesícula. Fiz tanta baixaria por medo, que tenho até vergonha dos médicos que realizaram a cirurgia: evito-os...rs...
    Olha, amigo, penso mesmo que tínhamos de ser eternos, mas, ao mesmo tempo, bate aquela dúvida: será que aguentaríamos?
    Bem, vamos deixar para lá...
    O que interessa mesmo, é ler os seus versos mais uma vez, e outra e mais uma...
    Enorme abraço, amigo!

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  4. Brigadu pelo comentário, Larinha.
    É sempre um alento poético receber um seu comentário.
    Bjus.

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  5. É vero, Marcoantonio.
    Em cada esquina da vida há um perigo.
    Abração.

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  6. É uma dúvida que persiste até hoje: a imortalidade do ser.
    Como você mesma disse, é melhor deixar essas questões metafísicas para lá.
    É sempre gratificante receber sua visita, acrescida de um comentário.
    Ótimos dias, amiga querida.

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  7. Muita gente, a esta altura, está colando cacos assim, Paulo...
    Mas há de ter um sentido estarmos aqui. Por mais oculto.
    Grande abraço.

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  8. É bom colar cacos.
    Assim, a gente reinventa uma vida.
    Ótimo ver as tuas pegadas por aqui.

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  9. vaso ruim desquebra... risos - faço isso comigo, já fugi da indigitada algumas vezes...
    besos

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  10. da vida vivida.
    da vida tão bem vivivda, poeta dos reis magos.

    belo libelo.

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  11. Meninas de vida fácil, fugimos da indesejada a todo instante. É fato. Besitos calientes. Aonde? Hum! Digo não.

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  12. Tô só de passagem, Paulo Jorge, no rumo da cama, cansada de muito cansaço. Depois volto, mais inteira, pra falar das muitas delícias que saboreei por aqui. Juro. Palavra de mentirosa que vive se desmentindo.

    Um abraço

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  13. Honra encontrar suas pegadas aqui, Anga.
    Acreditei em tudo que escreveu.
    Ótimos dias e excelentes escritos.
    Apareça mais vezes.
    Bjs.

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