sábado, 5 de fevereiro de 2011

A respeito de um poeta bissexto

Um poeta bissexto vale quanto produz.

Promete a si mesmo uma ode para ontem

e hoje tropeça no esquecimento.

Não lembra sequer um verso do poema natimorto nas cinzas do tempo,

que possivelmente enaltecesse algo, alguém ou a si mesmo.

Nonada!

Poeta bissexto não tem jeito.

Nele só há preguiça e aporrinhação da consciência

cobrando-lhe ações de despejo poéticas

que, por inércia do pachorrento, quase nunca sairão.

O jeito é apelar para São Judas Tadeu dos poemas impossíveis.

Orar para o poeta tomar vergonha na cara

e cometer versos com frequência cardíaca estável.

Tem-se rezado.

3 comentários:

  1. Paulo Jorge, que show!
    Poeta bissexto...rs...
    Demais!
    Que São Judas Tadeu dos poemas impossíveis nos ajude!
    Amém!
    Amém!
    Amém!
    Abraço bem apertado, meu querido amigo!

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  2. Ora pro nobis, poeta das dunas...

    Abraço de mim de Minas,
    Ramúcio Pedro.

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  3. Amém! rs... Vc descreveu o que se passa dentro de mim muitas vezes, e creio que de outros poetas também.

    Não importa a frequência de publicações, vc é sempre excelente!

    Beijo.

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