terça-feira, 25 de agosto de 2009

Balada para uma criança órfã do Afeganistão

Não sei teu nome
tatuado na mão do destino
Nem sequer desconfio que exista felicidade
para além das montanhas
que abrigam o dragão na caverna.
Mas saibas, criança sem nome e nação,
que minha alma latina – eterno porto de abrigo –
canta-a nesta balada final.
Para além de Cabul e Kandahar,
há alguém que ora por ti e teu destino repleto de vazio.
Algum dia, quando os homens cessarem a tirania e a miséria,
talvez te reconheças no recorte da fria geografia do deserto,
e possas, quem sabe, me apontar flores na ponta do fuzil.

2 comentários:

  1. PQP, que poema!, que poema!
    Vai pro Balaio, ora se vai...
    Na primeira oportunidade,
    caro amigo.

    Um abraço.

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  2. esse poema está na sua coletânea "O verbo encantado" todos lindos de grande sensibilidade.
    admiro esse lado dos poetas, a inspiração tb na dor,um sentimento por demais humano,
    abraços,

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