segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A Chinesa & Outros papos


Ontem, domingo não totalmente desenxabido e quase segunda-feira, tentei ver pela segunda vez o filme A Chinesa (La Chinoise, França, 96 min, 1967), do visionário cineasta francês Jean-Luc Godard. Em vão. Novamente o DVD adquirido no sebo Sétima Arte travou deixando-me puto da vida. Aliás, não faz muito tempo, outro filme comprado naquele quiosque do camelódromo da Cidade Alta apresentou o mesmíssimo problema. Assistia todo faceiro à obra Sede de Paixões (Törst, Suécia, 84 min, 1949), do cineasta sueco Ingmar Bergman, e lá para as tantas a imagem congelou. É lasca, Paulista. Tem que melhorar a qualidade. Ôrra, meu. Por caridade. Não perca sua galinha dos ovos de ouro por desleixo ou relaxamento. Voltando à Chinesa, até onde vi, pareceu-me espetacular. A narrativa não formal, com pitadas de metacinema, influenciou até o cinema marginal de Julio Bressane e seu fantástico O Anjo Nasceu (1969). A Chinesa antecipa o maio de 68 francês ao discutir temas como Mao, maoismo, revolução cultural, marxismo-leninismo e o próprio socialismo, tendo por enredo um grupo de jovens estudantes franceses que planejam ações terroristas. Maoismo, marxismo-leninismo e congêneres são correntes/doutrinas políticas que hoje considero deploráveis e completamente anacrônicas. À parte esse delírio godardiano, o filme pareceu-me mais uma obra-prima do mestre da Nouvelle Vague. Destaque para o sempre competente ator Jean-Pierre Léaud, ícone de uma geração. Agora pretendo adquirir o original e passar bom tempo sem aparecer no Sétima Arte. À tarde, ouvi ainda dois ótimos CDs. Foram pinçados da minha discografia The Animals - Don't Bring Me Down (1965), que traz nos extras as faixas See, See, Rider, imortalizada por Elvis, e I Just Want Make Love To You, gravada por meio milhão de grupos e solistas, e o Carlos Bem - Diversidade (2008), que me surpreendeu positivamente. As postagens continuarão. Amanhã tem mais coisa. Por hoje c'est tout.

Um comentário:

  1. 'A chinesa' é um dos filmes mais emblemático do Godard dos anos 60. Espero que você tenha mais sorte da próxima vez.
    Um abraço.

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