quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"Foi Carmen" e a experiência de saborear Antunes Filho


Na Pompeia, conto as horas para retornar ao rincão natalense depois de 10 dias bem movimentados na megalópole de Oswald e Mário de Andrade. Na segunda-feira, dia 07/09, marquei presença no Cine Julia Lemmertz para conferir "Filmefobia", produto cinematográfico brasileiro dirigido por Kiko Goifman, que mistura realidade e ficção, por meio de experiências com pessoas com algum tipo de fobia. Terça-feira, dia 08/09, presenciei e senti na pele o drama do paulistano quando águas caem em abundância nesta cidade. Loucura e salve-se quem puder. Naquele dia, assisti no HSBC Belas-Artes ao bom filme brazuca "Manhã Transfigurada", rodado nos pampas. À noite, até que enfim, fui apresentado ao teatro de Antunes Filho. "Foi Carmen", em cartaz toda terça no Teatro SESC Anchieta, é um espetáculo apoiado no butô, técnica japonesa de interpretação, no qual Antunes traz à lume o imaginário popular em torno da cantora Carmen Miranda, a Pequena Notável. Também homenageia o centenário do dançarino japonês Kazuo Ohno, mestre da dança-teatro. Antunes construiu com a genialidade de sempre uma partitura de movimentos para encenar um enredo mínimo dando conta de uma menina (Paula Arruda) que sonha em ser Carmen Miranda. Em outros tempo e espaço, um malandro (Lee Thalor) percorre ruas do Rio e tem uma visão da própria (a dançarina convidada Emilie Sugai), um vulto sempre de costas, "porque ela foi, está morta", diz Antunes. Há ainda uma passista (por Patrícia Carvalho). O espetáculo não tem texto nem cenário. Os atores é que introduzem objetos e adereços em cena. Palmas para os figurinos e adereços do mestre JC Serroni. Nada mais do que excelente. Esse trabalho estreou em 2005 no Festival de Curitiba e foi apresentado também no Japão em comemoração ao 100º aniversário de Kazuo Ohno. Agora em 2009 foi retomado. Imperdível sob todos os aspectos. Ontem, quarta, conferi "Brüno", com o ator Sacha Baron Cohen. Escracho do início ao fim. A temporada paulistana acaba e fico devendo a mim mesmo ida à Pinacoteca do Estado para ver a exposição de Matisse. Um pecado imperdoável. Mas esta cidade tem muito evento cultural para ser visto e não dá para cobrir/conferir todos. Bye, bye, Sampa.

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