terça-feira, 15 de setembro de 2009

Declaração


Declaro para os devidos fins
que não mais escreverei cartas de amor
nem bilhetes de suicida,
com requintes de chantagem emocional.

Declaro de próprio punho
que de hoje em diante serei somente
razão e equilíbrio. Não discutirei o ciúme
porque esse é negativo
nem vou procurar saber a respeito
de nova amizade colorida da antiga amada.

Declaro ainda que não serei
protagonista de escândalo em mesa de bar,
tampouco baterei o telefone na cara da adúltera
pelo amor próprio ferido. Por sua vez, meu coração
não alterará o ritmo dos batimentos cardíacos
ao pressentir perigo externo
metido em saia.

Declaro por fim que minha libido caducou
e não há mínima chance de revitalização.

2 comentários:

  1. Declaro para os devidos fins
    que este é um bom poema.
    Tenho dito.

    Moacy Cirne,
    poeta e cangaceirto.

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  2. Eu ia fazer o trocadilho que Moacy - sempre atento - fez. Limito-me a elogiar a sacada e o lirismo dos versos. Ah, e estou doido para ver o "Taxidermia". Valeu a visita e parabéns pelo blog. Abraço.

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