domingo, 30 de maio de 2010

UFO abduz Recife

O guitarrista Vinnie Moore e o baixista Rob de Luca reverenciam a bandeira do Brasil
Vocalista Phil Mogg, baterista Andy Parker e Rob de Luca

Phil Mogg, Rob de Luca e o guitarrista base Paul Raymond


O Recife das "revoluções libertárias", enaltecido nos versos do poeta maior Manuel Bandeira, fez jus ontem (29.05.10) ao epíteto de Capital Nordestina do Rock. O show da lendária banda inglesa UFO, no Sport Club do Recife, não deixou dúvidas. Mas o Leão da Ilha do Retiro estava acabrunhado, vez que perdera por 2x0 para o Bahia pela Série B do Brasileirão.

Ainda fora da "jaula" do Leão, presenciamos, eu, mais 10 natalenses e centenas de rockeiros pernambucanos, carros passando em frente à sede social do Sport e buzinando em ato de provocação. Certamente torcedores rivais do Náutico e do Santa Cruz. Mal sabiam eles que dali a pouco, não seria o Sport a "entrar em campo", mas, sim, o Rolls-Royce do hard rock, como o UFO ficou conhecido nos gloriosos anos 1970, pelo rock pesado e, ao mesmo tempo, sofisticado, que praticava/pratica.

Não deu outra. Pela primeira vez no Brasil para shows em São Paulo, Goiânia, Belo Horizonte e Recife, a banda liderada pelo vocalista Phil Mogg ratificou a alcunha de Rolls-Royce. O quinteto ainda veio com mais dois músicos da formação clássica: o guitarrista base e tecladista, Paul Raymond, e o baterista Andy Parker. Completaram o quinteto, o guitarrista Vinnie Moore e o baixista convidado Rob de Luca.

Luzes apagadas. Começa a festa do rock and roll. A banda entra detonando com "Let it Roll". Depois desse petardo, o que se (ou)viu foi um rosário de clássicos, tais como "Mother Mary", "Out in the Streets", "This Kids", "Only You Can Rock Me", "Love to Love", "I Ain't no Baby", "Too Hot to Handle", "Lights Out" e "Doctor, Doctor". Terminado o show, o público estimado em mil rockeiros brada: U-F-O! U-F-O! U-F-O! A banda não resiste aos apelos. Volta para o bis e dispara os mísseis "Rock Bottom", com sua longa improvisação de guitarra, e "Shoot Shoot". A essa altura, Recife já havia sido abduzida pelo UFO.

O destaque do show foi, sem dúvidas, o guitarrista Vinnie Moore, que executou à perfeição os clássicos criados pelo gênio alemão Michael Schenker, guitarrista que deixou a banda em 1980. O baterista Andy Parker, não obstante os cabelos brancos e as rugas de expressão, segurou firme o ritmo da "nave-mãe", tocando feito um adolescente. Já o vocalista Phil Mogg, continua com o vozeirão de sempre, mas teve sua performance prejudicada pelo péssimo som do microfone. Em pleno Século 21, é inconcebível haver microfonia em show. Isso ficou há muito para trás.

É importante esclarecer que o UFO não é uma banda de heavy metal e, sim, de hard rock, que corresponde ao rock pesado da década de setenta. No heavy metal, os temas, a estética musical e o visual são outros. Nem por isso, o UFO deixou de influenciar bandas de heavy metal, como a também inglesa Iron Maiden.

Bacana ainda foi a presença de crianças, adolescentes e adultos de várias gerações no show. Todos com seus jeans e suas camisetas estampando alguma banda de rock dos anos 60, 70 e 80. Porque rock é igual a vinho: quanto mais velho melhor. O UFO que o diga. O show também ocorreu tranquilíssimo. Nada maculou a gloriosa noite dedicada ao rock britânico da melhor excelência. Valeram demais as horas na desconfortável Sprinter e na "jaula" do Leão macambúzio. Agora, a banda parte para dois shows na Alemanha, em julho, e um terceiro na Inglaterra, no mesmo mês. Good luck, UFO! E pé na estrada sempre. Câmbio. Publico.

7 comentários:

  1. ó,paulo poeta...
    o kledir aderiu ao blogspot. depois cê passa lá pra "desopilar".
    é satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta...

    http://blogkledirhome.blogspot.com/

    beijão do
    roberto.

    ps: conhecia essa fama de recife... no outro dia fiquei rindo quando alguem me disse que o paulo rafael (toca com alceu ha trocentos anos... era do legendario Ave Sangria) ligou o nordeste na "tumada"...
    eletrificaram os ritmos nordestinos... uma infusão de rock...

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  2. Roberto, o Paulo Rafael é referência maior neste Nordeste quando se trata de guitarra elétrica.
    É mestre. Mestríssimo.
    O Ave Sangria também é muito bom.
    Rock febril pra inglês ver.
    Passarei lá no Kledir a quem admiro de monte.
    Um grande abraço, meu cronista predileto.

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  3. Belo post meu caro...curto muito Hard Core Old Scholl...

    Tenho vontade de conhecer o famoso Abril pro Rock


    Agradecido pelas visitas ao Rembrandt


    abraço

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  4. O Nordeste ainda precisa aprender muito sobre rock "mil pessoas num show do UFO é brincadeira!"

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  5. É um número irrisório pela importância da banda no cenário do rock mundial.
    Fato que os rockeiros mais novos desconhecem.
    Mas os shows internacionais em Recife apresentam ótimo público.
    No caso do UFO, soube que faltou divulgação.
    De qualquer maneira, valeu pelo show em si.
    Arrasador!

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  6. Ufo em Recife foi massa,que pena que foram poucas pessoas apreciar uma banda de ótima qualidade sonora.Como vc mesmo comentou sobre o estilo da banda ser Hard Rock,muitos ainda falam em Heavy Metal e até Space Rock.Uma banda formada em 69 tem se glorificado ao passar dos anos com surgimento de novas tendências musicais no mundo.Fiquei um pouco frustrada com a quantidade de pessoas que vão aos shows de Metal aqui no Nordeste.O único que verdadeiramente teve um público estimado para os organizadores foi Iron Maiden e Megadeth(Acho,pelo número de pessoas nos dois eventos).Espero que nos próximos shows que tiverem aqui no nordeste possam ter um número maior de pagantes,para,se,possível os organizadores possam trazer mais e mais bandas de renome Nacional e Internacional.Por isso caro Paulo,fica aqui meu singelo comentário,bjos.

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  7. Tomara mesmo que os próximos shows possam atrair mais pessoas, porque só assim haverá mais investimentos dos produtores no Nordeste.
    Aguardemos.
    Bjs.

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