quarta-feira, 23 de março de 2011

Oitavo dia em Sampa (18.3)


Foto do espetáculo teatral "Roberto Zucco"


Sexta-feira agitada na Pauliceia. Ambulâncias e viaturas de polícia cortavam as principais artérias do centro da megalópole. Com o espírito renovado do desastre da noite anterior, desci a Consolação, peguei a Ipiranga e depois a 24 de Maio. Fui fazer as últimas compras na Galeria do Rock. Abiscoitei três pérolas: Manfred Mann's Earth Band (The good earth, 1974), Armageddon (Armageddon, 1975) e Roger Hodgson (In the eye of the storm, 1984). Comprei algumas camisetas e caí fora. Destino: Planeta's. Este restaurante está localizado no início da rua Augusta e é extremamente importante para os artistas do teatro paulistano, vez que apoia quase todos os espetáculos apresentados na praça Roosevelt. Parabéns ao proprietário pelo investimento na cultura. Sim, cultura dá retorno. Mas nem todo empresário tem o discernimento de investir em cultura. Lástima. Após o penne com frutos do mar e meia jarra de vinho, voltei para o Hotel. À tarde, fui conferir a estreia de Cópia fiel (Copie conforme, França/Itália/Irã, 2010), o novo filme do cineasta iraniano Abbas Kiarostami. Quem integra o elenco? Ora, a divina Juliete Binoche. Mademoiselle contracena com o ator inglês William Schimell. James Miller (William Shimell) é um filósofo inglês que vai a uma pequena cidade da Toscana apresentar seu livro sobre o valor da cópia na arte. Chegando lá, encontra Elle (Juliete Binoche), uma francesa dona de uma galeria de arte há muitos anos, que vive com seu filho pré-adolescente (Adrian Moore). Eles passam a tarde juntos. Ao mesmo tempo em que vão se conhecendo, começam a desenvolver um complexo jogo de interpretação de personagens. Filme filosófico, ao estilo Eric Rohmer, Cópia fiel faz uma profunda reflexão sobre os valores da vida. Tudo ia muito bem até a telona apagar. Revolta na sala 3 do Espaço Unibanco de Cinema, na rua Augusta. Depois de uma espera de mais de 15 minutos o problema foi solucionado. O que ocorreu foi o absurdo dos absurdos. É inadmissível que isso aconteça num cinema de certo respeito (?) como o Espaço Unibanco. Pensava que aquilo só ocorria no Cinemark Midway Mall, o complexo de cinemas de farofeiros de Natal. Ingresso a R$ 20,00 e o filme em duas partes. Ridículo. Nunca mais frequentarei aquele cinema. À noite, voltei à praça Roosevelt para me despedir. Apostei em Roberto Zucco, montagem pela Cia. de Teatro Os Satyros e direção de Rodolfo Garcia Vázquez. Foi o melhor espetáculo teatral que vi. Rodolfo usou de muita criatividade para dar dinâmica ao espetáculo no pequeno Espaço dos Satyros I. As arquibancadas eram movimentadas pelos próprios atores. Gostei bastante. Roberto Zucco foi um serial killer italiano que matou o pai, a mãe, um policial e uma criança. O espetáculo acaba com Zucco fugindo da penitenciária. O texto é do dramaturgo francês contemporâneo Bernard-Marie Koltès (1948-1989). Na sessão, próximo de mim, estava o ótimo e simpático ator Caco Ciocler. Missão cumprida na Roosevelt, voltei para o hotel.

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