sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O Rio Grande sem sorte


Vi recentemente no Jornal da Globo uma matéria sobre o sucesso que as bandas e cantores e músicos gaúchos fazem no Rio Grande do Sul sem precisarem sair de seu rincão para o Sudeste maravilha. Daí lembrei como a realidade no Rio Grande pobre é diferente da do seu primo rico. O poema abaixo, do poeta potiguar Bosco Lopes, é a mais completa tradução do Rio Grande cá de cima. Sem carpidagem, please.



Rio Grande



Rio grande da morte

Rio grande sem sorte

Rio grande sem forte

Rio Grande do Norte

Rio pequeno do Norte

Rio finito do corte

Rio seco de sorte

Rio Grande do Norte

Rio sem cais sem porto

Rio você já foi morto

Rio de leito torto

Rio chorando de fome

Rio triste sem nome

Rio cansado que some


(Bosco Lopes)

2 comentários:

  1. Esse "Rio" paresse que te atravessou por dentro, e habita hoje dentro. Obrigado mais uma vez pela visita em meu blog. Causa uma deliciosa estranheza saber que minha poesia está chegando a lugaes distantes. Forte abraço!

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  2. Meu caro: Bosco sabia das coisas.
    E como sabia!
    Um de seus melhores poemas, sem dúvida.

    Abração.

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