segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Disperso (2)


Ardo em febre.

Não sei quem sou.

Há tílias na praça e caminho rumo ao nada.

Vivo de vagas lembranças do futuro.

Já o presente é esta sombra pesada e imperfeita.

Avisto vozes e ouço imagens distorcidas.


Delírio.


Estanco e retiro a máscara da tragédia.

Não creio em espectros que atormentam culpados.

Decido não seguir adiante.


Prudência.


Há setas que se bifurcam no vazio da noite.

Então, é preciso aguardar a virginal manhã

trazendo luz, conforto e sentido único.


Esperança.

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