sábado, 9 de janeiro de 2010

Disperso (3)

Soprava o ar quente da tarde de verão
e este esplendor aguçava em mim
o desejo de possuir teu marmóreo corpo
como esculpido com o mais fino formão.

As gotículas estilhaçadas na pele alabastrina
instigavam-me a percorrer tuas estradas
molhadas, sem sinais de advertência,
mas repletas de curvas sinuosas.

Saltava enfim o desafio do amor
– este sentimento ambíguo –
que trazia tempestade e calmaria,
na medida da nossa platônica intimidade.


7 comentários:

  1. Uau! O corpo consegue captar a medida da paixão, mas só uma paixão consegue capturar a intimidade de quase todo amor.
    Maravilhoso Paulo!

    ResponderExcluir
  2. Sujeito lírico, toma uma iniciativa, pelamor...

    ResponderExcluir
  3. Tipo assim: ir um pouquinho além do desejo...

    (Só estou viajando no texto, cara! Bom texto!)

    ResponderExcluir
  4. A poesia é.
    A poesia sente.
    A póesia faz o poema.
    Como em "Disperso",
    com suas estradas molhadas,

    ResponderExcluir