quinta-feira, 17 de março de 2011

Quarto dia em Sampa (14.3)


No final da manhã da segunda-feira, desci mais uma vez a rua da Consolação rumo à praça da República. Defronte à praça fica a rua 24 de maio, a da Galeria do Rock. O templo do rock em Sampa já não tem aquele agito de outras épocas. Mesmo assim, ainda conserva boas e caras lojas de discos de rock. O meu foco, claro, anos 60 e 70. Discos à mancheia. Coisa de louco. Na Galeria, o pesquisador ou mesmo o consumidor de discos de rock encontra tudo. De A a Z. Adquiri o CD Days may come days may go (1975), dos ensaios do álbum Come taste the band (1975), da banda britânica Deep Purple. Uma raridade que me custou R$ 55,00. Great! Saí da Galeria safado da vida e voltei para o hotel. À tarde, na Reserva Cultural, na avenida Paulista, conferi Em um mundo melhor (Haevnen, Dinamarca/Suécia, 2010), de Susanne Bier, ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A película me encheu os olhos, em que pese o crítico André Barcinski, da Folha de São Paulo, ter desancado a obra. Saí da sala com a alma lavada. Até que enfim assistira a um filme de respeito. Na segunda-feira, na praça Roosevelt, só funcionou o Espaço dos Satyros 1. Fui lá heroicamente apostar minhas fichas na peça surrealista - conforme o diretor - Assurbanípal Magic Club. A récita - como diria a crítica Bárbara Heliodora- é medonha. Passa-se num clube de swing. E os frequentadores (personagens) da tal casa dão depoimento sobre o que os levou/leva a frequentar um espaço com aquela peculiaridade. Ah, antes da peça começar, um mágico pede para cada espectador escrever seu nome e uma fantasia sexual num papel para tentar advinhar no fim da peça. Pura picaretagem. Mais R$ 30,00 jogados na lata do lixo. É incrível a tentativa de vender ideias recicladas como se fossem novidades. O teatro surrealista é da primeira metade do Século 20. O jeito foi tomar uma breja e dormir.

2 comentários:

  1. Querido Paulo Jorge
    O mundo vai, aos poucos, perdendo a graça: parece que tudo já foi escrito, tudo já foi pintado, tudo já foi gravado, tudo já foi concebido...
    Parece que tudo anda requentado.
    Sei que não sei bem o que digo, pois tenho estado aqui, no desterro de minha aldeia...
    Mas fico triste porque você se desloca de tão longe, vai para Sampa e , ao que parece, tem tido um número considerável de frustrações.
    Quero sentí-lo feliz, satisfeito...
    Que bons momentos lhe sejam proporcionados, meu especial amigo!
    Abraço apertado da
    Zélia

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  2. Obrigado, querida.
    De qualquer maneira, sempre vale a pena visitar Sampa.
    Abração, Zélia.

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