domingo, 20 de março de 2011

Sexto dia em Sampa (16.3)


Cidade cara esta Sampa. Cara e louca. Com suas putas belíssimas, sapas, bichas, travecas, michês, mendigos, trombadinhas e descolados de todas as tribos. A cada vinda para cá, novas descobertas se fazem necessárias. A arquitetura desta megalópole é fabulosa. Prédios de fechada fascista estão esparramados por toda a Pauliceia. A quarta-feira foi toda dedicada ao cinema. No período da tarde fui ao Unibanco Arteplex Frei Caneca, no Shopping Frei Caneca, mais conhecido como "gay" Caneca, devido ao número excessivo de homossexuais que o frequentam. O filme degustado foi Corpos celestes (2011), de Marcos Jorge e Fernando Severo. Marcos Jorge é o diretor do excepcional Estômago (Brasil/Itália, 2008). Estrelado por Dalton Vigh e apresentando a estonteante atriz Carolina Holanda, o filme ficou aquém das minhas expectativas. Não convém aqui me aprofundar na obra. Porém, o filme é bem fraco. Após o celuloide brazuca, passei na Livraria Cultura para comprar o livro Nossa vida não cabe num Chevrolet, do Mário Bortolotto, e aproveitei para fazer hora, porque, à noite, no CineSESC, tinha pela frente simplesmente uma obra-prima restaurada de Luchino Visconti: Violência e paixão (Gruppo de famiglia in un interno/Conversation piece, Itália/França, 1974), com Burt Lancaster (atuação irretocável) e a dama do cinema italiano Silvana Mangano. Trata-se de um dramão - sem conotação de dramalhão -, envolvendo um professor aposentado e colecionador de obras de arte (Burt Lancaster) e seus inquilinos desregrados. Filmaço cinco estrelas. Não é todo dia que se tem o privilégio de assistir a uma película de Visconti na telona. Aliás, é preciso sublinhar o trabalho excepcional que o SESC realiza em São Paulo, com o CineSESC e com os teatros da instituição. O preço do ingresso do filme? Apenas R$ 8,00. Depois, "desci a rua Augusta a 120 por hora" e tomei duas brejas no Parlapas. Soninho.

6 comentários:

  1. Querido Paulo Jorge

    Sampa é mesmo a puliceia desvairada, não?
    Visito-a sempre: tenho filho que mora lá.
    E como você bem diz, novas descobertas sempre se fazem necessárias.

    Ah... Burt Lancaster e Silvana Mangano:
    demais!
    Vi esse filme espetacular mais de uma vez, mas só na telinha, infelizmente.

    O SESC é realmente uma benção!
    Já vi até o Nei Matogrosso cantando Balada do Louco , no Sesc da Zona Leste... Já imaginou?

    Bem, enquanto maltraço estas linhas você, certamente, já descansa em casa...
    Como é bom voltar ao lar!

    Abraço bem apertado da
    Zélia

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  2. "Conversation peace" (o título em português é infeliz) é um dos meus filmes favoritos. Tudo nele funciona. E parabéns pela viagem cultural pela Paulicéia e pelas dicas cinéfilas.

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  3. Foi divertido, Nivaldete.
    Pena que Sampa é uma cidade muito cara.
    De qualquer maneira, a semana valeu.
    Abraço grande.

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  4. Ah, Zélia, feliz você que mora perto da Pauliceia.
    Pode visitá-la quando bem entender.
    Eu, por meu turno, tenho que percorrer cerca de 3 mil km.
    É bem distante.
    Olha, o SESC é uma benção em Sampa.
    O bacana é que os ingressos são muito em conta, mesmo para os não comerciários.
    Excelente semana, amiga.

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  5. Cefas, não conhecia "Violência e paixão", o penúltimo filme de Visconti.
    Não desgrudei o olho da telona.
    Uma aula de cinema.
    Mestre é mestre.
    Ah, achei o título pertinente em português, em que pese não ter nada a ver com o original.
    Valeu o comentário e grande abraço.

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